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trabalhos selecionados

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Já está disponível o ebook da conferência Imagem + política + estética: territórios fluidos do contemporâneo (clique na capa para fazer o download gratuito). A publicação, organizada pelas pesquisadoras Ludimilla Carvalho e Nina Velasco e Cruz, contém artigos dos pesquisadores e pesquisadoras: Philippe Dubois, Caio Dayrell Santos, Josué Victor dos Santos Gomes, Fernando Gonçalves, Fernanda Regina Rios Assis, Fernanda Bastos, Natasha Marzilak e Ricardo Lessa Filho, elaborados a partir das comunicações apresentadas no evento (ver programação abaixo). A conferência foi realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCOM-UFPE) com apoio da  Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Consulado Geral da França para o Nordeste. 

Programação conferência Imagem + política + estética: territórios fluidos do contemporâneo

18/11 - SESSÃO 1 - MANHÃ - 10h


Estética ch’ixi e ética não colonial nos retratos de Heroes del Brillo
Caio Dayrell Santos

Resumo: Héroes del Brillo, de Federico Estol, foi engendrado seguindo um compromisso ético e político com a humanização efetiva do outro. Dedicado aos engraxates de La Paz, jovens trabalhadores de rua da Bolívia que vestem máscaras balaclavas durante as horas de ofício em resposta a um intenso estigma social, o fotolivro foi produzido seguindo um processo de trabalho que rompe com paradigmas representativos. Os engraxates retratados não só aparecem nas imagens, mas participam criativamente nelas desde sua concepção. O resultado são imagens não híbridas, mas ch’ixi, conceito lançado por Silvia Cusicanqui para pensar uma justaposição eclética de identidades, que convivem entre si, mas preservam suas multiplicidades e contradições. Perpassando múltiplos materiais, técnicas, gêneros e subjetividades, Héroes del Brillo pode ser lido como tanto um ensaio de fotografia documental quanto uma história em quadrinhos, mas sem se identificar integralmente com nenhum dos dois.

Ferida colonial e a cura pelas imagens em Ayrson Heráclito
Fernando Gonçalves

Resumo: Pensados como um dispositivo imagético-ritualístico, os trabalhos do artista baiano Ayrson Heráclito transitam entre imagem fixa, em movimento, performance e instalação como gestos políticos que articulam as distintas dimensões do trauma colonial com o propósito de exorcizá-lo. Em muitos de seus trabalhos é nítido o atravessamento e o uso combinado da fotoperformance, quadros fotográficos em vídeos e registros de ações em diálogo com objetos instalados. Defendo que, por meio desses jogos, Ayrson cria paisagens híbridas de tempo e espaço, que evocam a duração e a persistência do corpo, da memória e da própria imagem. Partindo das possibilidades de um giro decolonial que permite entender e afirmar a diversidade histórica e estrutural das visualidades em contextos não-eurocentrados, pretendo discutir como alguns de seus trabalhos podem acessar as distintas camadas que constituem as memórias do trauma e avivar as culturas afro-diaspóricas como estratégia de cura simbólica, psíquica e subjetiva.
 

Tecendo memórias: busca da identidade em Pontes Sobre Abismos (2017)
Josué Gomes

Resumo: A partir do curta-metragem Ponte Sobre Abismos (Aline Motta, 2017), o trabalho busca refletir as contradições e desigualdades históricas que se encontram na encruzilhada das identidades negras mestiças e suas temporalidades ancestrais. Tendo como fluído teórico as reflexões acerca da formação racial identitária do Brasil e da América Latina nos escritos de Lélia González (2020), Rita Segato (2007; 2013), Aníbal Quijano (2005), Glória Anzaldúa (2013) e Antônio Cornejo Polar (1993), o autor promove uma leitura interpretativa do filme. Ganha destaque a importância de sua constituição multisemiótica e ritualística, que parece se apresentar como uma estratégia narrativa de enfrentamento à inabilidade do arquivo como meio de recuperação da memória ancestral de pessoas racializadas. Nesta direção, Pontes Sobre Abismos é analisado sob a visão de um “ebó imagético” que possibilita o fluxo de energias, memórias, concepções éticas e novas possibilidades de existência no tempo.


INTERVALO 

18/11 - SESSÃO 2 - TARDE - 14h30

Projetemos: imagens de resistência em projeções mapeadas
Fernanda Regina Rios Assis

Resumo: Diante do distanciamento social imposto pela pandemia de COVID-19 ocorreram mudanças significativas no cotidiano de milhões de pessoas desde o início do ano de 2020, impactando vivências e experiências. Ações de manifestação e ocupação dos espaços urbanos, realizadas por midiativistas e cidadãos, surgiram em decorrência desta crise e do atual cenário político-social brasileiro. Logo, as projeções mapeadas também garantiram presença e resistência nas ruas. O Projetemos foi um dos coletivos que usou fachadas e empenas de prédios para expressão e intervenção político-artística. Textos e imagens ocuparam as paisagens e foram posteriormente compartilhados no perfil @projetemos no Instagram, potencializando a circulação das mensagens na internet. À vista disto, objetiva-se refletir sobre a resistência em uma cultura híbrida, em que as imagens podem ter/ser poder e potência. Berger, Szaniecki, Jenkins, Feenberg e Gumbrecht são os principais referenciais teóricos convocados para este estudo.

Transfauna – os seres híbridos na filmografia de Brígida Baltar
Fernanda Bastos

Resumo: A filmografia da artista brasileira Brígida Baltar inclui uma linhagem de seres híbridos que habitam seis breves fábulas. São personagens misteriosos, meio gente, meio bicho. Transcinemas, segundo Katia Maciel, são obras de arte situadas na fronteira entre arte contemporânea e o cinema, peças que apresentam imagens ou situações que nos transportam ao imaginário cinematográfico. Assim podemos pensar nesses trabalhos como transfaunas, pois para eles convergem várias fronteiras: entre o cinema e a videoarte, entre a fábula e o devaneio, entre
o humano e o mais que humano. Para pensar sobre a poética visual, narrativa e sensorial que envolve a realização desses filmes, recorremos a Gaston Bachelard e sua análise da importância do devaneio na criação da poesia, envolvendo aquilo que ele chama de ação imaginante. Com suas imagens fantasmáticas e oníricas, a artista explora as possibilidades do corpo, investiga potências do feminino e recorta paisagens afetivas. 


 

A fabulação e a imagem híbrida de Fala Mulher!
Natasha Marzliak e Ricardo Lessa Filho

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar o audiovisual Fala Mulher! (2005), de Kika Nicolela e Graciela Rodrigues, com enfoque no campo expandido de suas hibridações narrativa, pela construção de fabulações, e estética, pelo uso de técnicas e procedimentos do cinema, do vídeo, da ilustração e das novas tecnologias. Este filme investiga o universo de quinze mulheres negras que vivem em comunidades de São Paulo. Exauridas pelo cotidiano vivido, elas são também rainhas do carnaval e incorporam orixás nas celebrações religiosas do candomblé. O filme levanta questões importantes como interseccionalidade, territorialidade, reconhecimento, resistência, sublevação e emancipação das violências sofridas. Como base teórica, parte-se dos textos sobre o cinema de Deleuze e, depois, relaciona-se com os pensamentos de Didi-Huberman e de Rancière. Em relação ao cruzamento das imagens em movimento no campo da arte, são revistas as críticas de Philippe Dubois, Arlindo Machado e André Parente.

18/11 - PALESTRA DE ENCERRAMENTO - 16h15

Philippe Dubois, pesquisador e professor da Universidade Paris III - Sorbonne

Fluidez das imagens e política da forma

Através de uma série de obras mistas de artistas contemporâneos (fotografias, filmes, vídeos, instalações), nosso objetivo é mostrar que a estética das formas e a política dos meios são inseparáveis, ou até impensáveis separadamente, uma vez que elas desenham uma nova cartografia dos territórios artísticos contemporâneos onde se coloca em crise, atravessando e misturando, a suposta distinção dos “velhos critérios” que fundavam a identidade dos meios e a estabilidade das formas a partir de categorias consideradas obsoletas: fotografia vs cinema, cinema vs vídeo, imobilidade vs movimento, vivo vs morto, real vs fictício, etc. Estas categorias rígidas e maniqueístas, vistas como arcaicas, foram varridas pela fluidez das imagens contemporâneas, onde os parâmetros formais não se opõem mais de maneira frontal e estrutural, mas se modulam continuamente, em um movimento ininterrupto de infinitas variações. A política das linhas de demarcação e dos campos bem estabelecidos (política de poder) cede agora lugar a uma política de fluidez, de movimentos contínuos entre formas e meios (política de potência).

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